A Lei da Originação Dependente – 4

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Essa é a forma como a vida surge, existe e continua, e como o sofrimento aparece. Tais fatores podem ser entendidos como se estendendo numa seqüência por um período de tempo de três vidas: a vida passada, a vida presente e a vida futura. Na Originação Dependente, a ignorância e as formações mentais pertencem à vida passada, e representa as condições que são responsáveis pela ocorrência desta vida. Os fatores seguintes, a saber, consciência, fenômenos físicos e mentais, os seis sentidos, contato, sensação, desejo, apego e o vir-a-ser, são fatores que se referem à vida presente. Os últimos dois fatores, nascimento, envelhecimento e morte, pertencem à vida futura.

Nesta lei, o primeiro fator, que é o da Ignorância, dá surgimento às Atividades Volitivas (ou kamma). Ignorância significa não saber ou não compreender a verdadeira natureza da nossa existência. Por meio da Ignorância, ações benéficas ou maléficas são executadas as quais levarão uma pessoa a renascer. O renascimento pode ocorrer em vários planos de existência: no mundo humano, nos planos superiores ou celestiais, ou mesmo em planos de sofrimento, tudo dependendo da qualidade do kamma da pessoa. Quando uma pessoa morre, suas Atividades Volitivas condicionarão o surgimento da Consciência, nesse caso significando a Consciência de re-ligamento que surge como a primeira centelha de uma nova vida no processo do vi-a-ser novamente.

2 comentários em “A Lei da Originação Dependente – 4

    dhanapala respondido:
    22 agosto, 2010 às 9:53 am

    Nota do tradutor: A doutrina da Originação Dependente é bastante complexa e sujeita a várias explicações e aplicações. A aplicação da doutrina para explicar a vida dos indivíduos através dos tempos, por exemplo, é um tema de controvérsia dentro do Buddhismo. Alguns, como nesse caso, apresentam a doutrina aplicando-a como um tipo de explicação sobre o passado, presente e futuro de um indivíduo. É a assim chamada “explicação das três vidas”. Outros entretanto adotam um outro ponto de vista. Vejamos Ajahn Buddhadasa, um outro grande mestre da tradição theravada: “O Buddha se recusou a lidar com aquelas coisas que não levassem à extinção de dukkha (sofrimento). Ele não discutia sobre elas. Tomem a questão de se há ou não renascimento após a morte. O que renasce? Como renasce? O que é ‘herança kármica’? Essas questões não têm como objetivo a extinção de dukkha. Assim sendo, elas não são o ensinamento do Buddha nem estão conectadas com ele. Elas não fazem parte do espectro de seus ensinamentos. Também aquele que faz tais perguntas não tem outra escolha senão acreditar indiscriminadamente em qualquer resposta dada, pois aquele que responde não será capaz de oferecer qualquer prova e falará apenas a partir de sua própria memória e sentimento. O ouvinte não poderá ver por si mesmo e consequentemente deverá acreditar cegamente nas palavras do outro. Pouco a pouco o tema se afasta do Dharma até que se torna uma outra coisa completamente diferente, sem conexão com a extinção de dukkha”. ~ Buddhadasa Bhikkhu em “A Single Handful”, Tricycle, Winter 1996

    maria a paiva disse:
    23 agosto, 2010 às 8:44 am

    Ficava sempre em duvida com essa questao de renascimento ou nao.
    Otima explanacao.

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